domingo, 2 de agosto de 2009

SENDO UMA CRIANÇA DE GLASS: DECIFRANDO OS SMASHING PUMPKINS

Como tenho mania de usar porcentagens idiotas para mensurar qualquer informação, acho que 99% das pessoas que me conhecem já sabem que um dos(pouquíssimos) assuntos que consigo conversar com outra pessoa é sobre música... Tá bom, eu só sei falar sobre música! E o nome que talvez mais saiu da minha boca, quando meus colegas e eu discutimos sobre bandas, é o nome do grupo que essas quatro pessoas no foto acima fizeram parte: SMASHING PUMPKINS. A banda da minha vida e a de muita(mais muita) gente ao redor do mundo. Bem, ao invés de defini-los com frases do naipe de " O Pink Floyd dos anos 90" ou "A lenda da música alternativa", é melhor tentar resumir a história e trajetória do quarteto norte-americano comandado por Billy Corgan.

William Patrick Corgan Jr.(vocal/guitarra/teclados/etc) nasceu em 1967 na cidade de Chicago(estado de Illinois) e é filho de um guitarrista de blues. Porém "Billy" Corgan não aprendeu com o seu pai a dominar o instrumento símbolo do rock, pois 'William pai' acreditava que a música não deveria ser o caminho para William filho seguir no futuro. Assim, Billy tornou-se um músico autodidata, ao longo da sua adolescência. - período no qual se destacava no colégio por ser um aluno com boas notas, muitas idéias e pelos textos sobre bandas que publicava no jornal estudantil - Já com os seus 19 ou 20 anos(1987), Corgan já havia montado e dissolvido uma banda chamada The Marked (feita com dois amigos do ensino médio, durou alguns meses) e arranjou um emprego numa loja de discos. Ali conheceu James Toshinobu Iha, um descendente de japoneses e estudante de artes, que também era guitarrista com alguma experiência (tocava no Snake Train - cena underground de Chicago). Após reuniões e conversas entre os dois, eles decidem fundar uma banda juntos. Billy faria o máximo para o projeto ir adiante (o cara largou o seu sagrado basquete para proteger os seus dedos; ele escrevia canções na guitarra sem parar). Semanas depois, durante uma apresentação do Dan Reed Network em um bar da cidade, Corgan saiu da platéia e viu um grupo de garotas comentando sobre o rock daqueles caras... Ele escutou a frase: "Achei essa banda bem legal" e acabou respondendo automaticamente à moça: "Está louca?". A garota em questão chamava-se D'arcy Elizabeth Wretzky (nascida em Michigan, estudante de Educação Física), que optou por iniciar uma discussão tensa com Billy sobre música... E nessa contenda informou ao sujeito que era baixista. Pronto, fora algo que Corgan quis muito ouvir. Com uma troca de telefones, Billy e James chamaram D'arcy para uma audição. Mas ela ficou tão nervosa com o teste que nem conseguia segurar o contrabaixo. Corgan ficou satisfeito com a "performance" e a convocou para a banda por sua personalidade. Em 1988, os Smashing Pumpkins já eram uma realidade. O trio James/D'arcy/Billy já faziam shows no circuito alternativo acompanhados por um número enorme de canções próprias e por uma bateria eletrônica. Contudo, uma pessoa ligada a uma gravadora - admiradora do som dos "Abóboras" - falou para Corgan sobre a importância de um baterista com dois braços. Após a gravação das primeiras fitas demo, os Pumpkins encontraram o ser ideal para segurar as baquetas: Jimmy Joseph Chamberlin, instrumentista de jazz na banda JP and the Cats.


Da esquerda para a direita: James Iha, D'arcy e Billy Corgan

O PRIMEIRO ÁLBUM - GISH(1991)
Os três anos iniciais deram um entrosamento consistente para os quatro músicos. James e D'arcy até tornaram-se um casal de namorados - uma vez que a família de Wretzky insistiu que ela voltasse a viver em Michigan e Iha chamou-a para ir morar com ele! - E o respeito do nome Smashing Pumpkins no universo alternativo aumentou; a ponto da gravadora SubPop lançar os primeiros compactos da banda("I Am One" e "Tristessa") para divulgação nas rádios. Em meados de 1990, a Caroline Records contratou a banda para gravarem um disco. E mais, trouxeram Butch Vig para ser o produtor do álbum (sim, o homem por trás de Nevermind, o clássico master do Nirvana de 1991). Lançado três meses após o disco da banda de Kurt Cobain, o GISH não vendeu tudo o que merecia(Sua platina só veio em 1994/95), mas suas 10 canções colocaram os Pumpkins como uma promessa do rock. O peso e a progressão nas composições ("Siva", "Rhinoceros", "Bury Me", "Crush", "Window Paine") e a técnica lírica de Billy Corgan ("Suffer", "Snail"...) renderam excelentes resenhas dos críticos musicais, que associavam o quarteto de Chicago às bandas do movimento grunge de Seattle - destacando o Alice In Chains (Corgan também adotava um lirismo carregado de melancolia) - e ao Jane's Addiction (banda alternativa de heavy metal). Billy simplesmente não queria palpites, ligações/comparações com o grunge, nada disso: a banda devia seguir o próprio caminho (leia-se: a própria maneira de criar música) para chegar ao sucesso; independente das canções possuírem complexidade demais ou beleza de menos. O vocal estilizado de Corgan, com seus famosos "miados", intimidasse o grande público jovem da época - os "consumidores das camisas de flanela". Se era para se destacar, eles evoluiriam seguindo os próprios instintos.


O quarteto no início da trajetória



"Vídeoclipe de "I Am One":
http://www.youtube.com/watch?v=Kc__oUqoPu8


O ÁLBUM DA AFIRMAÇÃO - SIAMESE DREAM(1993)
No fim de 1992, depois de quase 18 meses de turnê mundial e o rompimento de James e D'arcy, Billy começa a compôr temas para o segundo disco. Sabia que poderia contar com Butch Vig novamente, pois com os seus colegas de banda... No início de 1993, a situação era essa: Jimmy agravou o seu vício com as drogas, D'arcy e James não se olhavam tampouco se falavam e Billy estava fazendo terapia, não só pelo ganho de massa corporal que ganhara com o montante de stress(opiniões alheias + atrito com os outros integrantes), mas também por achar que atravessava uma queda de produção. Ele não gostava do que vinha criando no estúdio na cidade de Atlanta, na Geórgia(cidade para onde eles "se mudaram", dado o fato de Chamberlin ter tido mais dificuldade para comprar drogas lá), aumentando a demora e alimentando uma cobrança da gravadora Virgin (1º grande selo que assinou com a banda). Mesmo com pressões internas e externas, nada impediu Corgan de ficar SETE meses escrevendo, gravando, arranjando e regravando as 13 faixas de SIAMESE DREAM. Iha e D'arcy estavam tão dispersos (a loira ficava no banheiro do estúdio trancada, provavelmente chorando, e o japonês às vezes até atrapalhava) que o vocalista assumiu o baixo e a segunda guitarra em praticamente todo o álbum. É verdade que James assina com o líder "Soma" e "Mayonaise", mas ele só fez a introdução dos temas. Enfim... O Siamese Dream é um clássico do rock dos anos 90. A grande obra-prima dos abóboras para a crítica e para a maioria dos fãs, resultado: 4,5 milhões de cópias vendidas nos EUA e umas 7 milhões mundo afora; Justo na época em que ouvir o som distorcido e simples que Pearl Jam, Breeders e mesmo o Sonic Youth tocavam era a moda, Corgan trouxe uma muralha de guitarras, doces e intensas, orquestradas e venenosas, dá para perceber a grande influência que o Black Sabbath e o Led Zeppelin tiveram em sua formação musical (O hino "Cherub Rock", "Quiet", "Geek USA" e "Silverfuck" são as provas). Porém, não soava apenas como heavy metal, o Pumpkins exibiu melodia (Os hits "Today" e "Disarm", "Hummer", "Rocket" e já citada "Soma") ao nível dos melhores momentos do R.E.M, The Cure ou o My Bloody Valentine e um tato infalível para baladas tocantes ("Spaceboy" e "Luna"). Ao longo da bem-sucedida turnê do SD (1993/94), os quatro voltaram a se dar bem gradativamente, lançaram o trabalho PISCES ISCARIOT(1994), com 14 faixas "sobras" do Gish e do Siamese Dream, e eram frequentemente capa de revistas especializadas e figuras carimbadas na MTV - através de criativos vídeoclipes (Com destaque para "Today", cuja introdução certamente todos já ouviram num certo comercial de cartão de crédito).






A banda estampando capas de revistas: Maior projeção e publicidade na era Siamese Dream


"Cherub Rock" ao vivo em Chicago:
http://www.youtube.com/watch?v=9mA-RmNkiAMh?v=9mA-RmNkiAM

"Mayonaise" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=A8Xgl18fTQ4&feature=related

"Soma" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=bYkXjsNGgIM

Vídeoclipe de "Disarm"
http://www.youtube.com/watch?v=I48jPTL0tA0

"Hummer" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=5E_C6L2D_pY

Vídeoclipe de "Today":
http://www.youtube.com/watch?v=YIwUxq0BMSE


"Rocket" ao vivo no Rio(1996):
http://www.youtube.com/watch?v=qT3pir-v9tQ&feature=PlayList&p=80427DA741AD2634&playnext=1&playnext_from=PL&index=2


"Quiet" ao vivo em barcelona:
http://www.youtube.com/watch?v=Kym1rRVuyeI


"Geek USA" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=mLHEitwq20w

Download VBR MP3- ao vivo e acústico no Raymond Revue Bar(Londres - Julho/93):
http://www.archive.org/details/tsp1993-07-04.sbd.ana.promo.flac24



O ÁLBUM DO ÁPICE - MELLON COLLIE AND THE INFINITE SADNESS(1995)

"Acredito que o próximo álbum será um disco duplo" - Essa frase tirada das últimas entrevistas que Billy Corgan dera em 1994 concretizou-se completamente no dia 24 de outubro de 1995; data do lançamento de um dos álbuns mais vendidos da década passada. MELLON COLLIE AND THE INFINITE SADNESS é literalmente um álbum da BANDA Smashing Pumpkins: D'arcy e James contribuiram mais para os arranjos das 28 canções que figuram no trabalho (são 14 faixas em cada disco) e com o auxílio dos produtores Flood e Alan Moulder - profissionais com currículo irrepreensível: U2, Nine Inch Nails e Jesus and Mary Chain são alguns dos nomes com quem juntos já trabalharam - trouxeram uma identidade própria a cada faixa(Flood trabalhava mais com Corgan, enquanto Moulder cuidava das composições de James). A ausência de semelhanças entre as músicas é estupidamente visível, devido a diversidade de estilos - talvez o único fator que denuncie que o som é dos Pumpkins é mesmo o vocal único de Corgan. Elementos eletrônicos, orquestras, harpas, violões, progressões psicodélicas... E claro, o rock estiloso marcante do quarteto: Jimmy ainda não havia mandado tão bem na bateria quanto em "Jellybelly", "An Ode to no One", "Muzzle", "Bodies", "XYU"... Billy e D'arcy fazem um dueto fantástico na balada "Beautiful", James assina a composição da bela "Take Me Down"... Há como pérolas as épicas "Porcelina of the Vast Oceans" e "Thru the Eyes Of Ruby", as emocionantes "Galapogos", "Stumbleine" e "By Starlight", os hits "Bullet With Butterfly Wings", "1979", "Tonight Tonight" e "Thirty-Three"... (Com certeza pelo menos 10 canções do Mellon Collie o(a) leitor(a) leigo(a) sobre a banda irá curtir, e curtir MUITO). Precisa dizer que o disco rendeu todas as glórias que o showbusiness poderia dar a uma banda de rock? Foram mais de nove milhões de cópias nos EUA e umas 16 milhões mundo afora, turnê mundial que durou quase dois anos, infinitos prêmios com os vídeoclipes("Tonight,Tonight", dirigido pelos célebres Jonathan Dayton e Valerie Faris, sozinho ganhara 6 estatuetas no Video Music Awards da MTV) e até uma participação nos Simpsons.




O novo visual de Billy "Tio Chico" Corgan


Mas nem tudo era um mar de rosas: Jimmy continuava viciado e acabara por levar o tecladista contratado para a turnê Jonathan Melvoin à uma overdose fatal no meio de 1996. Após o trágico episódio(Chamberlin sofrera overdose também, mas não morreu) James, D'arcy e Billy optaram por tirar/despedir Jimmy da banda e seguir em frente com Matt Walker (batera do Filter) até 1997. Nesse meio tempo rolou ainda o lançamento do box especial THE AEROPLANE FLIES HIGH (novembro/96), possuindo os cinco EP's - discos de divulgação - dos singles que entraram nas paradas (= muita música inédita, pois a gravação do Mellon Collie havia rendido mais de 60 canções!) e a gravação da trilha sonora do filme Batman e Robin (97), com o tema "The End Is The Beginning Is The End". Naquela época, os admiradores dos abóboras estavam tão contentes - com todo o status da banda - que nem lembravam-se de uma outra entrevista que Billy Corgan dera durante o processo de transição Siamese Dream/Mellon Collie ("Estou pensando em fazer um disco mais eletrônico, estou cansado de guitarras"). O careca iria mostrar realmente sua criatividade sem usar guitarras muito em breve.

"Thru the Eyes of Ruby" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=uCPOEtfCUxI&feature=related

Videoclipe de "Tonight, Tonight":
http://www.youtube.com/watch?v=XQSxwzOngMU&feature=fvst

"Beautiful" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=lEsW1kJvJfQ

Videoclipe de "Thirty-Three"
http://www.youtube.com/watch?v=YUPKSjALABA

O box raro THE AEROPLANE FLIES HIGH e seus EP's especiais
"XYU" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=2LdEtqC2ErA

"Porcelina" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=Uc42KlA4fpk

Videoclipe de "1979":
http://www.youtube.com/watch?v=l4_C4yhl33g&feature=fvst

"Bullet With Butterfly Wings":
http://www.youtube.com/watch?v=gQrA5ggPqJo

"To Forgive" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=eKTxWp7h3ZE

"Take A Picture" (FILTER):
http://www.youtube.com/watch?v=h8MAHQhKe7Q


O ÁLBUM DA RUPTURA - ADORE(1998)
Outra vez veio a mudança da direção dos ventos na horta de abóboras... Billy divorciou-se de sua esposa Chris Fabian, uma companheira de muitos anos, e viu sua mãe - Sra. Martha Corgan - ser derrotada por um câncer de mama. Incrivelmente, aqueles fatores foram as ignições que faltavam para a concepção daquele que seria o disco mais incompreendido da banda (e um dos mais subestimados da história do rock): ADORE - Cujo tempo de composição estipulado por Corgan no famoso estúdio Sound City (Califórnia), em novembro de 1997, seria de umas seis semanas...

... Quatro meses depois, o álbum do quarteto - quer dizer, trio - fora terminado e lançado em 2 de junho de 1998. Sorte que James e D'arcy, conhecendo Billy como conheciam já fazia 10 anos, tinham ciência que, na ausência de Jimmy, o parto do Adore seria tão complexo quanto o do Siamese Dream... Por isso, mantiveram os ouvidos apurados em todas as "ordens" do chefe(e produtor) careca no tocante aos arranjos novamente. Matt Walker, embora não sendo efetivado como membro da banda, tocou bateria na maioria das 16 faixas do disco. Ele compartilhou as baquetas com Joey Waronker(banda do cantor Beck) e com Matt Cameron(o maestro do finado Soundgarden - contribuiu apenas em "For Martha"). Provando que mesmo sem Chamberlin, a banda usou percussão e guitarras, contrariando os boatos que corriam sobre um disco acústico ou dançante... Todavia, o Adore não deixa de ser um disco acústico e dançante! A canção "Appels + Oranjes" é a cara do New Order, por exemplo. Já a abertura "To Sheila" contem dedilhados no violão tão singelos que lembra uma canção de ninar. Esse quarto trabalho dos Smashing Pumpkins é verdadeiramente paradoxal e inrotulável. Para terminar, Corgan ainda encaixou um conceito gótico na obra(menção honrosa para a artista plástica Yelena Yemchuk = a nova namorada de Billy na época), deixando as letras mais poéticas e profundas dele até então - em caso de dúvida, basta tentar acompanhar os temas de "Daphne Descends" e "Annie Dog". O que se pode declarar sem muita polêmica é que é um álbum triste, nas baladas melancólicas maravilhosas("Crestfallen", "Tear", "Blank Page"...) e soturno quando as guitarras aparecem, nos hits "Ava Adore" e "Perfect"(linhas brilhantes de Iha), nas arrepiantes "Pug" e "Behold! The Night Mare", na eterna e etérea "For Martha"... Billy falou sobre a tristeza da perda materna de maneira genial também em "Once Upon A Time".



"To Sheila" ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=uz67E2K4kos


Pouca gente na época acreditou que fosse real aquela mudança brusca da sonoridade da banda, em compensação, quem assimilou sem problemas vê no Adore uma obra-prima dos anos 90. O Smashing Pumpkins quebrou um padrão de rock de autoria própria - fato muito incomum às bandas enlatadas e previsíveis de hoje, saíram do caminho que os levou até a fama, mas o Adore é uma obra incapaz de denotar um suicídio comercial. O único obstáculo para o disco não vender mais que 1 milhão de cópias nos EUA foi a própria Virgin, que no papel de gravadora, não deu o apoio/divulgação necessários à banda notável que tinha abraçado. Não tinha - ou nem cabia à Corgan - como incitar na audiência o desejo de apreciação naquela REINVENÇÃO artística. A separação dos caminhos dos Pumpkins iniciou-se aqui, Literalmente: A curta turnê An Evening With The Smashing Pumpkins exibia 4 fatos interessantes: A grande quantidade de músicos no palco (além da bateria do experiente Kenny Aronoff, havia dois percussionistas e o excepcional pianista Mike Garson, da equipe de David Bowie), a banda bancou a turnê e todo o montante arrecadado das vendas de ingressos (nos Estados Unidos) foi destinado à caridade - um total de quase US$ 3 milhões; um setlist um tanto egoísta - Uma vez que 75% das canções tocadas eram do Adore, trazendo novos arranjos para elas e até mesmo aos hits antigos como "Today" ou "Bullet With Butterfly Wings" - e, de maneira muito implícita, o desgaste entre as três abóboras pensantes... D'arcy também divorciara-se do marido Kerry Brown (colaborador da banda em vários temas do Pisces Iscariot e do BOX Aeroplane) e engatou um relacionamento com o ator Mickey Rourke, impulsionando nela um desejo de seguir carreira em Hollywood (Junto a carreiras de cocaína e até crack). E sabe o James? Ele tinha terminado um disco solo! LET IT COME DOWN saiu em fevereiro de 1998 e de certo modo surpreendeu público e crítica tanto quanto da sua banda, pois James exibiu, além de seu vocal contido, suas influências desconhecidas de country e folk! E também raramente encontra-se os solinhos característicos do japonês no álbum. Isso talvez explica o porquê do Adore ser o 1º trabalho Pumpkin sem o dedo de Iha em nenhuma música. Mas o chefe Billy estava muito mais inspirado mesmo... Até ajudou sua 'amiga colorida' Courtney Love (essa todos conhecem, por bem ou por mal) e a banda dela, HOLE - guarde esse nome - a compôr o excelente álbum Celebrity Skin (1998).
Mais gótico que esta foto, nem o Nightwish faz :p


Vídeoclipe de "Ava Adore":
http://www.youtube.com/watch?v=8Rm_hHfNe6M

"Ava Adore" ao vivo no Programa Livre(Serginho Groisman-SBT):
http://www.youtube.com/watch?v=Xf9Oh3390bM
"Crestfallen" ao vivo no Programa Livre(Serginho Groisman-SBT):
http://www.youtube.com/watch?v=47m7NbZ4iws


"Daphne Descends" ao vivo em Bilbao(Espanha):
http://www.youtube.com/watch?v=Hn7CZmkD970&feature=related
Vídeoclipe de "Be Strong Now" - JAMES IHA(LET IT COME DOWN):
http://www.youtube.com/watch?v=H9HGfWfktnE

Vídeoclipe de "Malibu" - HOLE(escrita por Billy Corgan, Courtney Love e Eric Erlandson):
http://www.youtube.com/watch?v=dnpsaNR7J04


O ÁLBUM DO MISTÉRIO - MACHINA/THE MACHINES OF GOD (2000)

Que ano repleto de novidades aos fãs de Pumpkins foi 1999! No raiar da Primavera nos Estados Unidos (março), a banda deu largada na Arising! Tour, cuja atração principal era nada mais, nada menos, do que Jimmy Chamberlin! Jimbo assumiu os tambores novamente após passar um tempo pelas clínicas de reabilitação da vida... Tudo limpo com ele! O quarteto renascido voltou totalmente às origens na turnê, tocando apenas em casas de shows modestas de cidades norte-americanas, montando setlists bem abrangentes - fazendo jus ao extenso repetório da banda - a cada apresentação, mandando desde petardos do Gish até músicas inéditas. No segundo semestre, eles voltaram ao estúdio para estruturar o quinto álbum, que Corgan havia adiantado que traria a bateria e as guitarras nervosas outra vez, deixando a massa alternativa mais "aliviada"... Porém no meio do Outono, a mídia divulgou a saída de D'arcy do quarteto. Alarme. Billy foi à imprensa confirmar a notícia e comunicar que a canadense Melissa Auf Der Maur substituiria a "princesa pálida" - se o leitor guardou ou viu o vídeo de "Malibu" do Hole acima, já viu de quem se trata... É a moça de cabelo escuro - na turnê de divulgação do álbum, pois a loira não se retirou do grupo antes de gravar as linhas de baixo de MACHINA/THE MACHINES OF GOD - com exceção da última faixa ("Age Of Innocence"... Adivinha quem tocou no lugar dela?). Wretzky argumentou que cansou-se do mundo da música e que o tempo dela na banda tinha chegado ao fim. Falando em mundo musical, os tempos eram mesmo outros até para Corgan... Isso fica para daqui a pouco.

Para o deleite de seus olhos, cansados deste texto enorme, eis Melissa Auf Der Maur...

O Machina trouxe guitarras barulhentas afinadas em C, a percussão visceral de Jimmy e o vocal ácido de Billy de volta. Seria tudo ao estilo Smashing Pumpkins "clássico" se não fosse... Billy Corgan na mesa de estúdio/mixagem de novo. Flood (co-produtor em Adore junto com o Tio Chico e Brad Wood) também acompanhou Corgan tocar guitarra, sintetizadores e mexer com vários efeitos sonoros (tente escutar "The Imploding Voice"), dando ao Machina uma densidade massiva - em alguns momentos, maçante - A abertura "The Everlasting Gaze" chegou às rádios no ínicio de 2000 e gerou boa repercussão. A primeira vista, a banda partiu para uma vertente de rock industrial (lembra levemente algum material do Marilyn Manson ou do Nine Inch Nails de Trent Reznor, um pseudo-desafeto de Billy), todavia, um mês depois do álbum lançado, a crítica especializada e popular ficou amplamente dividida: O encarte do disco era tão detalhado e conceitual, de temática envolvendo alquimia, misticismo, e, oportunamente, romance (vivas ao casal fictício June e Glass "And The Ghost Children")! quanto a ordem do tracklist das 15 músicas. Os Pumpkins realizaram uma viagem entre todas as fases da carreira e trouxeram aquele elemento "sintético" como novidade. Billy Corgan estava estranho, muito mais estranho que dois anos antes. Conseguiu a proeza de irritar a empresária da banda Sharon Osbourne - sim, a esposa do Ozzy - com suas excentricidades... E por mais que a maioria dos jornalistas detonassem o disco ("Uma obra como Adore não merecia um sucessor assim!"), para muitos fãs, o Machina é o mais completo da discografia pumpkiniana. A turnê mundial Sacred And Profane fora bem sucedida, Melissa irradiava charme e dava uma aula de habilidade e elegância no posto de baixista. Fã dos Pumpkins desde o Gish, estava além da função de substituta de D'arcy. - que, em 2000, fora flagrada e presa com crack em seu carro (maldito Rourke) - O interessante é que Auf Der Maur entrou no Hole, em 1994, por recomendação do próprio Billy à Courtney! A tour ia correndo e os singles "Stand Inside Your Love" (bela), I Of The Mourning" (belíssima), "This Time" (perfeita) e "Try, Try, Try" ganhavam espaço nas rádios, parecia que em termos comerciais, o Machina superaria o Adore... Errado. Billy anunciou no dia 23 de maio o fim da banda ao final da turnê, em dezembro. Intrigante para os admiradores, intrigante para a mídia, misterioso para todas as 1.500.000 (550.000 nos EUA) de pessoas que compraram cópias do disco, numa determinada página do encarte, estava escrito bem minúsculo numa pintura do canto (23/5).


Jimmy, James, Billy e Melissa: Abusando muito de produção?

Vídeoclipe de "The Everlasting Gaze":
http://www.youtube.com/watch?v=8RXfy26saR8


"I Of The Mourning" ao vivo(TV canadense):
http://www.youtube.com/watch?v=nKZLXemEKhQ

"The Everlasting Gaze" ao vivo em Paris:
http://www.youtube.com/watch?v=nPQgoppW7u4

"This Time" ao vivo no Japão:
http://www.youtube.com/watch?v=9-2ZfdFrAHM

Vídeoclipe de "Stand Inside Your Love"
http://www.youtube.com/watch?v=GfurHQpnIVM
"Wound" ao vivo(TV canadense):
http://www.youtube.com/watch?v=f4jnDA08f1E

"Glass and the Ghost Children" ao vivo no Japão:
http://www.youtube.com/watch?v=dho5eC_3u7M

"Don't You Want Me?" - COVER DO HUMAN LEAGUE - CANTADA POR MELISSA E JAMES IHAhttp://www.youtube.com/watch?v=LT3cE_EbVZw
Montagem de vídeos para "Home"(MACHINA II)
http://www.youtube.com/watch?v=pebJN-4qnLw


MACHINA II - MELHOR VERSÃO! (download VBR MP3):
http://www.archive.org/details/machina.II.ver.Q101


"An Ode To No One"(MELLON COLLIE) - Último show:
http://www.youtube.com/watch?v=i_evk2R4wGU

Billy ainda informou que em setembro saíria gratuitamente pela INTERNET a segunda parte do Machina. A idéia era ser um disco duplo como o Mellon Collie, mas a gravadora Virgin chegara às vias com a banda, já que o Adore já não tinha repetido o sucesso da safra de 1993 até 1996, e recusou-se a investir mais que o suficiente neles. Os tempos eram outros, o rock perdeu muito espaço em pouco tempo e o careca percebeu... Escorando-se neste assunto para explicar o fim da banda ("Está difícil(...) não vale a pena e não quero ficar lutando contra Britneys"). MACHINA II/THE FRIENDS AND ENEMIES OF MODERN MUSIC saiu com 14 canções, e mais 11 temas "B-sides" - incluindo algumas versões alternativas de temas do primeiro Machina como "Blue Skies Bring Tears" e "Heavy Metal Machine" e 25 cópias físicas produzidas pelo próprio Corgan saíram da casa dele e foram parar nas mãos de sortudos fãs e amigos pessoais.... Além do status de raridade, tinha um áudio melhor. O último show dos Smashing Pumpkins foi em dois de dezembro de 2000 em Chicago, na casa/ginásio Metro - lugar onde a banda tocava com frequencia nos primórdios. O espetáculo durou mais de quatro horas de um setlist enorme, ao fim da última música - "Silverfuck" - Billy chorou como criança, comovendo quase todo os presentes e abraçou com paixão James, Melissa e Jimmy... A missão do Pumpkins pararia por ali. Em 2001, saiu a coletânea ROTTEN APPLES, vindo com um disco bônus - Judas 0 - contendo canções do BOX Aeroplane, covers, B-Sides do Machina II, inéditas e também "Untitled", a última música que James gravou junto a Corgan e Chamberlin (novembro/2000).
Vídeoclipe de "Untitled":http://www.youtube.com/watch?v=-xna5zE7nEk


Só não pense que a história acabou, Billy Corgan e seus amigos são totalmente imprevisíveis...

Voltem sempre! - "Hey kids, Rock On!"


CONTINUA!